Ao celebrarmos o Dia Nacional da Economia Solidária (15 de dezembro), também comemoramos no último mês do ano os grandes avanços alcançados em 2023 no cooperativismo e na Economia Solidária. Estes modelos econômicos vêm ocupando um papel vital na promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo, consolidando um crescimento expressivo no Brasil ao longo do ano. E cada vez mais se percebe que a cooperação global será fundamental para o futuro do mundo.
Especialistas como Robert Muggah destacam a cooperação global como chave para um futuro mais promissor, ressaltando a importância da colaboração entre Estados, empresas e sociedade civil. No Brasil, mais de 20 mil organizações são registradas como empreendimentos econômicos solidários, um indicativo do impacto significativo dessas iniciativas.
Uma alternativa sólida aos bancos tradicionais, as cooperativas têm ganhado destaque crescente no cenário financeiro. O cooperativismo de crédito registrou um crescimento significativo ao final de 2022, com empréstimos e financiamentos expandindo-se a taxas superiores à média do setor. A criação da primeira Cooperativa de Crédito Escolar no Brasil é um exemplo inovador dessa diversificação, expandindo esse modelo de Economia Solidária para o universo da educação básica.
Além disso, o setor tem cooperado ativamente com os órgãos governamentais para aprimorar o marco regulatório e fortalecer empreendimentos solidários. A Reforma Tributária, aprovada no Brasil, estabeleceu para as cooperativas um regime específico opcional e definiu o conceito de ato cooperativo. Uma lei complementar determinará quando os impostos não serão aplicados nas operações entre a cooperativa e seus cooperados, além de regular a transferência de créditos entre eles.
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Alagoas lideram iniciativas nos estados para ampliar a Economia Solidária, enquanto a Frente Parlamentar do Cooperativismo e o Sistema OCB focam em superar desafios legislativos. A participação ativa no Congresso Nacional evidencia como esses setores são fundamentais para impulsionar o crescimento da economia e o progresso social.
O cooperativismo de crédito tem se destacado no cenário da Economia Solidária, desafiando os bancos tradicionais e alcançando uma expressiva parcela dos depósitos nacionais. As perspectivas tecnológicas também se destacam, com testes do Real Digital apontando para transações inovadoras e inclusivas no meio cooperativista.
O novo diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil, Ailton Aquino dos Santos, enfatizou a importância do cooperativismo de crédito e comprometeu-se a colaborar para o seu crescimento. Mas, apesar das boas perspectivas apontadas, é necessário ampliar a compreensão dos brasileiros sobre as cooperativas como um modelo de negócio capaz de oferecer serviços financeiros excepcionais a todos, conforme apontou pesquisa realizada pelo Sistema OCB. Para tal, um plano estratégico deverá fortalecer a comunicação sobre o cooperativismo de crédito nos próximos dois anos.
A Promocred acompanhou e vivenciou os desafios e conquistas e avanços de 2023 que contribuíram para um futuro mais cooperativo e justo. O compromisso do cooperativismo e da Economia Solidária é claro: transformar realidades, fortalecer vínculos e construir um futuro mais próspero para todos.